Todo advogado que se preza sabe a importância da termo “prazos processuais” e das consequências quando os mesmos não são cumpridos; principalmente o famigerado instituto da preclusão. Prazos para citação, arresto, recursos, impugnações, contestação, embargos. Enfim, são tantos os prazos a serem observados que, um bom causídico, jamais vai se deixar cair em desidia, desleixo, incuria, ao tratar uma demanda judicial.
E, os amantes do futebol, ouviram muito na palavra “prazos”; principalmente os prazos que não foram cumpridos. E que puxão de orelhas levamos da FIFA. O “Pais do Futebol” está desorganizadamente fora dos prazos.
Quando a logistica é imensa, o tempo é o nosso pior inimigo. E muita coisa ainda vai começar em licitações, em impacto ambiental, em estrutura hoteleira, em reorganização urbanistica e de transporte. Isso sem falar que estamos em ano de eleição, temos uma Lei de Responsabilidade Fiscal a seguir, enfim, muita água para rolar.
E qual o retorno que teremos?
Segundo matéria da Revista Veja, as estimativas sobre número de turistas, geração de empregos e impacto do evento sobre o PIB em geral são exageradas. Levantamentos dão conta de que em 1994 os EUA aumentaram em 1,4% o PIB; em 1998, na França, o PIB cresceu 1,3% a mais; em 2002, a Coréia o elevou em 3,1% enquanto o Japão teve decréscimo de 0,3%; e a Alemanha teve 1,7% a mais no PIB em 2006. Mas antes do Mundial da Alemanha, falou-se na criação de 100.000 empregos. Um estudo feito depois do evento contabilizou apenas metade desse total. A Coréia do Sul esperava 500.000 turistas a mais em 2002. Só apareceram 50% deles. (fonte Veja)
E como andam as obras em nossos estádios?
Bem, se já estivessem em andamento, com certeza não teríamos levado um puxão de orelhas da FIFA. Mas, segundo o site Guia da Copa, o Maracanã, por exemplo, palco da grande final, só será interditado em agosto. A FIFA detectou problemas no projeto de reforma o que adiou o edital de concorrência.. A reforma custaria R$ 430 milhões, passou para R$ 600 milhões e ainda pode subir. Deveria ser feita por investidores privados, mas não houve interessados.
Bem, a Copa do Mundo é um evento que mobiliza vários setores da sociedade em âmbito civil, governamental, empresarial a nivel nacional, mas as Olimpiadas é a nivel regional. E, mal termina um evento já começa outro evento de proporções gigantescas. Devemos nos preocupar, pois 2016 é amanhã.
De qualquer forma, a COPA 2014 e OLIMPIADAS 2016, deram uma injeção de ânimo pós PAN na qualificação de profissionais que trabalharão no receptivo das cidades sedes, principalmente no domínio de um segundo idioma. Isso é muito bacana, mostra que alguns setores estão caminhando na busca pela excelência. Manaus, por exemplo, está qualificando todos os funcionários da prefeitura que trabalham diretamente com turistas no domínio da lingua inglesa.
O importante, neste momento, é fazer virar a massa de concreto. Caso contrário…daremos razão à Jérôme Valcke quando disse: “Este ano é de eleição e está parado. O ano que vem tem carnaval e ficará tudo parado. Os brasileiros queriam o Mundial há muito tempo, mas, agora, é preciso que eles se mexam. Eles representam a imagem da América do Sul, não somente a dele.”
Daqui a pouco será o COI a reclamar dos prazos… E, vale indicar a leitura do artigo de Jorge Hori, no portal oficial COPA 2014, intitulado: “Mais um prazo descumprido”, como a título de informação e critica construtiva.